Dúvidas

Drácula obeso

Após ver um trecho do filme “Drácula 2000”, cheguei sozinho à conclusão que nenhum dos livros e/ou filmes sobre vampiros conseguiu trazer o problema dessas criaturas para a realidade do século XXI. Ou seja, ninguém conseguiu atualizar o best seller de Bram Stoker, Drácula, publicado em 1897. Tá, teve uma Anne Rice, que tentou e tudo mais. Agora essa outra, Stephenie Meyer. Mas as criaturas retratas nestas obras são perfeitas demais e quando uma delas gruda no pescoço de um coitado, dá até vontade de estar no lugar da vítima. No longa citado acima, eu vi um vampiro beber o sangue de umas seis pessoas durante uma noite. Ora, um corpo normal tem, em média, 5 litros do tal líquido, o quer dizer que o sujeito ingeriu trinta litros do tal fluido valioso, o que equivale a, mais ou menos, trinta quilos de alimento. Tudo bem, o cara é sobrenatural, consegue comer desse tanto. Mas, e o problema da obesidade? Nunca vi um vampiro gordo na minha vida de leitor ou de espectador. Então, falta uma obra que aborde o lance do metabolismo, porque muito vampirólogo defende que é igual ao dos seres humanos mortais. Se a gente parar pra ponderar, o cara come a noite inteira e depois dorme durante doze horas, não dá pra aceitar que sejam tão magrinhos. Depois, por que vampiro precisa dormir o dia inteiro, se nós humanos não dormimos a noite toda? Vampiro sua? Tem chulé? Por que só existe vampiro que fala inglês? (Desculpe-me, André Vianco, não me esqueci de você, mas…) Bom, tudo isso é porque não quero falar de política, principalmente depois dessa caça às bruxas pós-censura ao Estadão. Por falar nisso, boa sorte e vida longa ao Noblat.

Folha de São Paulo

Guerra das traças, Folha, 13 de Fevereiro de 2010

Anteontem dei uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo, sobre compras de livro que faço na internet. A matéria completa pode ser lida aqui.

Blog

Resenhas sobre o conto "sonâmbulos"

Fiz outro blog, que não será atualizado, em que digitei as melhores resenhas a respeito do meu conto “sonâmbulos” (a narrativa será publicada em uma antologia da editora Record, ainda neste semestre). Aqui.

Conto

Mascate

Quando eu comento por aí que reescrevo um conto, não quero dizer que só faço alguns cortes, de palavras e de frases. Além disso, eu acrescento parágrafos, mudo o roteiro, o final, a trama, o que for preciso. Tem esse conto, que escrevi em 2000, que se chamava “o homem de meia cidade”, e que me persegue e venho reescrevendo-o desde então. A última versão pode ser conferida no jornal “A união”, suplemento “Correio das artes”, de 09 de janeiro de 2009.

Quilômetro zero

Cartaz do filme "Quilômetro zero"

Ontem passou o filme “Os embalos de sábado à noite” (Saturday Night Fever, 1977) no TC Cult. É um clássico, já revi umas quatro vezes e não me canso de assistir ao (Tony Manero) John Travolta dançando na 2001 Odissey. A parte em que ele tenta estuprar a Stephanie (Karen Leen Gorney) no carro do companheiro e depois começa a ter um ataque de pânico, culminando com o acidente/suicídio do amigo Bobby, é fantástica, mesmo para as limitações do Travolta e do diretor John Badham da época. Aliás, existe um filme muito legal, Tony Manero, de 2008, sobre um serial killer obcecado pela dança que rolava na boate Odissey.

Sobre outro assunto, ontem resolvi fazer uma pesquisa na Internet a respeito da tilma de Guadalupe. É uma história impressionante. O problema é que a Internet não é uma fonta nada confiável para pesquisa e todas as informações que consegui foram em páginas religiosas. Para quem não sabe o que rolou, eis aqui uma página legal para lê-la. Só para fazer um resumo: a pintura impressa de Nossa Senhora no manto tem quase 500 anos, está flutuando a uma distância de 3 décimos de milímetros do tecido, se mantém à mesma temperatura do corpo humano. Os olhos da santa se comportam como um olho vivo e, quando aproximaram um estetoscópio da barriga da Nossa Senhora (sabe-se lá por que alguém teve essa ideia), perceberam um coração de criança pulsando 115 vezes por minuto. A tilma se encontra hoje na cidade do México e qualquer um pode vê-la.

Esta semana eu vi também o filme “Quilômetro zero” (Kilomètre Zero), que é muito bom. É sobre a recente guerra no Iraque. Um soldado curdo recebe a missão de levar o corpo de um companheiro para os familiares. Só que é uma viagem longa, que vai durar mais de um dia e o soldado morto viaja em um caixão que está amarrado ao teto de um carro. Há uma cena que é uma metáfora do que foi a devastação: os três (motorista, soldado vivo e soldado morto) precisam atravessar uma cidade para continuar a viagem. Só que há uma barreira e os responsáveis por ela não os deixam passar, pois os habitantes podem ficar deprimidos ao ver um morto pelo conflito passando. Então eles têm de esperar em um pátio. Ao se aproximarem do local em que deverão passar o dia (poderão atravessar somente durante a madrugada), veem dezenas de carros com caixões amarrados em seus tetos, esperando o momento de seguir viagem. Quando finalmente chega a hora, uma fila enorme, assustadora, de carros com caixões começa a andar e uma cidade preocupada, insone, presencia o cortejo. Só esta cena já vale o filme.